Investigação

Vénus a partir da Terra

Pela primeira vez, foi produzido um mapa dos ventos na atmosfera de Vénus através de observações feitas a partir da Terra. Este importante passo dado no caminho do progresso da investigação em atmosferas planetárias foi dado por uma equipa de investigadores do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), em conjunto com o Observatório de Paris (OP) e a Agência Espacial Europeia (ESA).

Através do Very Large Telescope (VLT), um telescópio de oito metros, tido como um dos maiores em operação atualmente no mundo, pertencente ao Observatório Europeu do Sul (Chile), Pedro Machado (estudante de doutoramento na FCUL e membro do CAAUL) e David Luz, do CAAUL, Thomas Widemann e Emmanuel Lellouch, do OP e Olivier Witasse, da ESA, conseguiram fazer as observações necessárias para detetar e medir a variabilidade do vento em Vénus. Outrora, estes estudos só poderiam ser feitos através de sondas espaciais.

“As medições de ventos baseiam-se no chamado efeito Doppler, que consiste no desvio do comprimento de onda de luz quando é absorvida ou emitida por um meio em movimento. Usámos dados do instrumento UVES, um espectrógrafo de alta resolução, para medir com precisão o desvio das riscas espectrais da luz solar refletida pelas nuvens na atmosfera de Vénus e assim medir a intensidade do vento. Não é fácil observar Vénus com este instrumento, por se tratar de um objeto celeste extremamente brilhante e estar sempre próximo do Sol no céu. Mas foi o elevado poder de resolução espacial proporcionado por este telescópio topo de gama que permitiu a deteção e medição da variabilidade do vento em Vénus a partir da Terra”, explicaram os dois investigadores do CAAUL.
 


Telescópio Kueyen, um dos quatro telescópios que constituem o VLT
Fonte: David Luz, Investigador do CAAUL

Durante dois anos, estes investigadores contribuíram para este estudo com a análise de dados e consequente interpretação de resultados, liderando ainda a redação de um artigo científico sobre o assunto para a revista de divulgação científica de ciências planetárias , Icarus.

Deste progresso alcançado, resultaram importantes contributos para a área da investigação em atmosferas planetárias. “Por um lado, os resultados obtidos permitem compreender melhor os mecanismos de circulação da atmosfera de Vénus, por exemplo, confirmando a existência de uma componente do vento associada ao aquecimento solar (uma maré térmica). Ajudarão, também, a afinar os modelos de simulação atmosférica que são utilizados no planeamento das missões espaciais. Por outro lado, conseguirmos medir a intensidade instantânea dos ventos sobre uma grande extensão do planeta significa que dispomos de um meio complementar e alternativo às sondas espaciais para podermos monitorizar as atmosferas do Sistema Solar. A técnica aperfeiçoada ao longo deste projeto poderá vir a ser utilizada noutros contextos de estudo de atmosferas planetárias e talvez, num futuro não muito longínquo, aplicada ao estudo das atmosferas de exoplanetas”, esclareceu David Luz.

Levar a cabo um trabalho desta dimensão, ao lado de colegas de outros centros de investigação e de outras nacionalidades foi, para os investigadores portugueses, uma grande motivação tal como declarou Pedro Machado: “Foi uma relação de harmonia e de grande eficácia. A ciência é uma das últimas utopias em que pessoas de diferentes nações trabalham em conjunto, e entre iguais, para o mesmo fim”.

Para José Afonso, diretor do CAAUL, a participação de dois dos seus investigadores neste trabalho e as respetivas conclusões alcançadas têm uma grande importância para a área científica em que se inserem. “A investigação em atmosferas planetárias é uma das áreas prioritárias para a atividade do CAAUL. A liderança nacional nesta área e a relevância internacional que estes investigadores assumem fica bem patente nos resultados agora alcançados, que levam ao limite as capacidades de um dos melhores - senão mesmo o melhor - telescópio terrestre, o VLT. Este é também um resultado que mostra a importância da participação portuguesa no Observatório Europeu do Sul, organização que construiu e mantém o VLT e da qual Portugal faz parte desde 2001”, conclui.

O feito alcançado a 70km de altitude, ficará, por certo, como um projeto de destaque na carreira destes dois jovens. O trabalho foi já dado a conhecer à comunidade científica no Congresso Europeu de Ciências Planetárias 2012, em Madrid e já foi publicado na revista científica, Icarus.

Raquel Salgueira Póvoas, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura da FCUL
info.ciencias@fc.ul.pt
Conceção artística de um exoplaneta semelhante a Vénus, em órbita da sua estrela

Uma equipa de investigadores escolheu um planeta a 106 anos-luz, com 1,37 vezes o diâmetro da Terra, descoberto em 2022, para apresentar a primeira simulação a três dimensões do clima de um planeta de tipo rochoso com as características que atualmente conhecemos em Vénus.

Grupo de alunos e professores

A 9.ª edição da final nacional das Olimpíadas Portuguesas da Geologia decorreu nos dias 3 e 4 de junho, no Centro Ciência Viva de Estremoz / Pólo de Estremoz da Universidade de Évora, com a participação de 25 estudantes vindos de diversas regiões do País, incluindo uma delegação dos Açores (São Roque do Pico).

Rádão

O professor do DQB Ciências ULisboa e investigador do BioISI Ciências ULisboa é o primeiro autor de um novo artigo publicado no jornal Physical Chemistry – Chemical Physics da Royal Society of Chemistry, onde foram estudados diferentes compostos de rádon e xénon - dois gases nobres – e onde as suas propriedades energéticas e de ligação química foram analisadas.

Fundo do oceano

Ricardo Melo, professor do Departamento de Biologia Vegetal da Ciências ULisboa e investigador do MARE, integra o júri do Prémio Mário Ruivo – Gerações Oceânicas. As candidaturas da 3.ª edição deste prémio decorrem até 31 de julho.

Carlos Nieto de Castro

Carlos Nieto de Castro chegou à Faculdade em 1982 com a missão de criar uma escola de Termodinâmica e Processos de Transporte. Em abril de 2019 jubilou-se. Ainda assim, o seu trabalho enquanto investigador continua: todos os dias úteis chega à Faculdade pelas 8h30/9h00. Conheça o percurso do cientista.

3 alunos numa mesa, na semana da sustentabilidade

Neste Dia Mundial do Ambiente recordamos a Semana da Sustentabilidade, organizada por núcleos de estudantes da Faculdade, com o apoio da Associação de Estudantes e do Laboratório Vivo para a Sustentabilidade.

José Guerreiro, docente do Departamento de Biologia Animal e investigador do MARE, iniciou funções esta quinta-feira, dia 1 de junho, como presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Miguel Miranda e a plateia

O professor e geofísico Jorge Miguel Miranda deu a sua última aula na passada sexta-feira, e despediu-se do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, laboratório do Estado que presidiu nos últimos dez anos.

pessoas numa sala com computadores

Esta segunda-feira, dia 29 de maio, Ciências ULisboa recebeu a visita de Oksana Zholnovych, ministra da Política Social da Ucrânia, e Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho. Os governantes visitaram uma turma durante uma ação de formação do programa UPskill, com o intuito de ficar a conhecer melhor este projeto.

12 finalistas do 3 MT

Patrícia Chaves foi distinguida com o segundo lugar, na primeira edição da competição 3MT – Três Minutos de Tese dinamizada pela Universidade de Lisboa. O pódio ficou completo com Catarina Botelho, em primeiro lugar, e Matteo Pisano, em terceiro lugar, ambos do Instituto Superior Técnico. Os nossos parabéns aos vencedores e a todos os finalistas!

Auditório com pessoas

Ciências ULisboa está de parabéns! 100% dos seus ciclos de estudos avaliados no segundo ciclo de avaliação (2017-2022) foram acreditados sem condições, pelo período máximo (seis anos), pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

Grupo de pessoas

Entre os dias 13 e 17 de março deste ano realizou-se a excursão geológica de campo na Bacia Lusitânica (bacia sedimentar mesozóica na região centro-oeste de Portugal), a pedido da SHELL e organizada pela empresa GeoLogica (Portugal), do geólogo Pedro Barreto, antigo aluno de Geologia da Faculdade.

Jorge Miguel Miranda

No próximo dia 26 de maio, pelas 11h00, terá lugar no Grande Auditório da Faculdade a cerimónia de jubilação de Jorge Miguel Miranda, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia na Ciências ULisboa, investigador do Instituto Dom Luís (IDL) e presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

oceano

José Guerreiro, professor do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), foi nomeado perito da World Ocean Assessment III junto da Division for Ocean Affairs and the Law of the Sea (DOALOS) – ONU.

Médicos avaliam funções respiratórias de bébe

Carlos Farinha, professor do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa e investigador principal do grupo de investigação em Fibrose Quística do Instituto de Biossistemas & Ciências Integrativas, foi distinguido com um financiamento de 220 mil USD (€ 204.100,57), pela associação Emily’s Entourage.

Filipa Rocha

A estudante de doutoramento na Ciências ULisboa e professora assistente no IST desenvolveu um sistema que utiliza blocos tangíveis para promover a aprendizagem digital inclusiva para crianças com deficiência visual, ensinando assim literacia digital e eliminando barreiras educativas.

cérebro

O primeiro grande modelo de Inteligência Artificial generativa para a língua portuguesa, para cada uma das variantes, do Brasil e de Portugal, gratuito, em código aberto e com acesso universal está disponível desde este mês e tem 900 milhões de parâmetros. "Trata-se de um marco histórico muito importante na preparação tecnológica da língua portuguesa para a era digital", diz António Branco, professor do DI Ciências ULisboa.

Joaquim Alvez Gaspar

Encontra a resposta a esta pergunta na exposição final do projeto Medea-Chart - As Cartas Náuticas Medievais e Renascentistas: origem, uso e evolução, inaugurada a 18 de maio, no Instituto Hidrográfico e em exibição até setembro deste ano. Joaquim Alves Gaspar, investigador principal do projeto, efetuou uma visita guiada à exposição.

Grande auditório com pessoas

A ULisboa é uma das melhores universidades portuguesas, segundo o portal Research.com, com 131 cientistas entre os mais influentes, dos quais 29 dizem respeito a investigadores, cujo trabalho tem sido realizado na Faculdade e nas suas unidades de investigação.

Rosto de Patrícia Chaves

Patrícia Chaves, atualmente no 3.º ano de doutoramento em Ciências ULisboa, está entre os 12 finalistas da primeira edição da competição Três Minutos de Tese – 3MT ULisboa. A final tem lugar a 30 de maio, às 18h30, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da ULisboa. Patrícia Chaves está atualmente no 3.º ano do programa de doutoramento Biologia e Ecologia das Alterações Globais.

tejadilho de uma carro com paineis solares

Uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e do Instituto Dom Luiz, está a recrutar voluntários para uma campanha de ciência cidadã, cujo objetivo é estimar o potencial da mobilidade solar, utilizando os próprios veículos. A campanha decorre no âmbito do projeto “Solar Cars”.

telescópio

Um grupo de cientistas da Ciências ULisboa e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, membros do CENTRA - Centro de Astrofísica e Gravitação, participam no desenvolvimento do Mid-infrared ELT Imager and Spectrograph (METIS), um poderoso instrumento que vai equipar o maior telescópio do mundo - o Extremely Large Telescope (ELT) – em construção pelo European Southern Observatory (ESO) em Armazones, Chile.

logotipo simpósio

O simpósio internacional sobre “Os impactos humanos na conetividade funcional dos ecossistemas marinhos” realiza-se entre 22 e 25 de maio, no Cineteatro Municipal João Mota, em Sesimbra. Mais de 100 investigadores, gestores marinhos e políticos de 30 países de todo mundo partilham as últimas descobertas na temática e discutem as políticas de gestão e preservação destes ecossistemas.

Sala de reuniões com várias pessoas sentadas

Volker Mehrmann esteve na Ciências ULisboa, em outubro de 2022, para participar na reunião do Comité Executivo da EMS, que pela primeira vez ocorreu em Portugal. “A comunidade matemática portuguesa orgulha-se de, ao longo das últimas décadas, ter colocado com cada vez maior intensidade e reconhecimento Portugal no mapa da Matemática europeia e mundial”, diz Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática da Ciências ULisboa, vice-presidente da EMS, presente nestas reuniões desde 2018.

imagem com linhas e ligações luminosas

O Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional em conjunto com o Centro de Estudos de Gestão do Instituto Superior Técnico tem vindo a organizar a série "Workshop on Combinatorial Optimization". A 4.ª edição do evento terá lugar no próximo dia 8 de maio, em formato online.

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